O Presidente do Conselho Regional de Medicina do Piauí, Dr.
Dagoberto Silveira, fez críticas aos gestores da Fundação Municipal de Saúde
durante audiência pública na manhã desta segunda (05), na Câmara Municipal de Teresina.
Vereadores de Teresina cobram esclarecimentos sobre a falta de insumos básicos e
a crise na saúde que levou a interdição ética do Hospital do Buenos Aires, na
última sexta.
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Durante pronunciamento Dagoberto Silveira citou a fala do presidente da FMS, Gilberto Albuquerque, que culpou a guerra na Ucrânia pela falta de medicamentos da capital e pediu mudanças urgentes. “O nosso problema é um problema sério que há meses vem se arrastando sem solução, os nossos gestores não se atentam ao trabalho que tentamos fazer. Não admito que os gestores digam que está tendo guerra na Ucrânia, a guerra que está tendo é no nosso município. Com o nosso povo desassistido e os trabalhadores da saúde levando a culpa”, afirmou.
FOTO: Tarcio Cruz/ O DIA
Já o presidente da FMS, Gilberto Albuquerque, colocou a culpa na falta de financiamento. “Nós temos a certeza de fazer o que é melhor e o que a população precisa da seriedade do nosso trabalho. Temos a segurança de tomar decisões técnicas, mas tem situações que não dependem da gente, no financiamento da saúde não podemos fazer milagres, dentro do possível e do impossível estamos dando toda a assistência. Mas temos um impasse grande, não se consegue abastecer uma rede grande de saúde sem financiamento”, afirmou.
Confrontado pelas afirmações de Gilberto Albuquerque, o presidente do CRM rebateu. “Tá faltando é gestão, não é dinheiro, dinheiro tem, se eles fazem outras coisas, está faltando realmente é gestão. E outra coisa, a culpa não é dos médicos, nem dos trabalhadores da saúde, a culpa é única e exclusiva dos gestores, é isso que estamos mostrando para a população”, finalizou o presidente do CRM.
FOTO: Tarcio Cruz/ O DIA
“A população não está satisfeita”
Um dos proponentes da audiência pública, o vereador Luiz Lobão (MDB), lamentou o descaso com a saúde da capital e cobrou uma solução de Dr. Pessoa. “O hospital do Buenos Aires foi interditado por falta de gestão o que culminou com um óbito inclusive de um recém nascido. Chamamos o secretário para ele se pronunciar, já é a terceira vez que ele vem para uma audiência pública e a coisa não melhora. Chegou ao cúmulo de faltar soro em uma maternidade. A população não está satisfeita e estamos cobrando do Dr. Pessoa um posicionamento”, finalizou.