A primeira parte da segunda etapa da galeria da zona Leste, em Teresina, deve ser concluída até o Carnaval, no início de fevereiro, conforme a Prefeitura. Em entrevista à imprensa, na manhã desta terça-feira (23), o engenheiro Marcelo Sena confirmou a previsão com que a gestão municipal trabalha para entregar a construção.
LEIA TAMBÉM
Em termos de porcentagem, afirmou Sena, o trecho inicial está cerca de 80% concluído. “Falta só uns 20, 30 metros para finalizar. O resto é acabamento, calçada, muro, pintura e restauração das casas. Teve aquele problema da chuva, deu um atraso para fazer a limpeza, mas não houve dano significativo”, declarou o engenheiro.
O titular da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Semduh), James Guerra, apontou que a Prefeitura já finalizou a primeira etapa da obra, que atravessa a avenida Homero Castelo Branco; a segunda, dividida em dois trechos, se estende desde a Homero até a rua Clemente Fortes e, depois, da rua até a avenida Presidente Kennedy.
“Vamos encerrar essa parte agora em fevereiro, mês que antecede as chuvas mais fortes. A próxima virá em junho e irá até dezembro, quando chegaremos à Kennedy. Assim vamos resolver os problemas da Kennedy e da Homero, além das ações já feitas nas avenidas Senador Arêa Leão, a micro drenagem, e Jóquei Clube, com a Eturb”, elencou Guerra.
Nova licitação e previsão de conclusão total
Sobre a nova licitação, o secretário da Semduh observou que o contrato emergencial atual vigora até março; no entanto, devido à intensidade das chuvas nesse período, a outra licitação começará a correr já em fevereiro para não prejudicar também o andamento da obra em junho.
O prefeito de Teresina, Dr. Pessoa (Republicanos), lembrou que a conclusão total da obra deve ocorrer somente em 2025, mas a parte “vulnerável” será entregue até o fim deste ano, que também marca o término de seu primeiro mandato à frente da capital.
“A chuva que aconteceu há oito dias aqui em Teresina foi um tsunami, um volume não esperado, mas suportamos. Tudo indica que vai continuar chovendo, então vamos dar continuidade à obra. É uma região bastante difícil para remover imóveis e fazer drenagem subterrânea, mas estamos avançando para dar cidadania às pessoas da zona Leste”, completou o gestor.
Demanda de décadas e tragédias anunciadas
Solicitada pelos teresinenses há mais de 30 anos, a galeria da zona Leste começou a ser construída em 2008, ainda durante a gestão do ex-prefeito Silvio Mendes, à época no PSDB. Entre idas e vindas, foi retomada no início do mandato de Dr. Pessoa, mas marcada pela trágica morte de uma professora da rede municipal de educação.
A servidora pública Wana Sara Cavalcante faleceu, em fevereiro de 2022, quando o carro que dirigia foi arrastado por uma enxurrada na avenida Marechal Castelo Branco. Segundo o Corpo de Bombeiros, o corpo da vítima foi encontrado entre a avenida Cajuína e o rio Poti, próximo ao local onde a galeria desemboca nas águas do rio.
Dois meses depois, a Câmara dos Vereadores aprovou a Lei Wana Sara, que previa o pagamento de indenização pela Prefeitura de Teresina às vítimas das enxurradas na capital. Em junho daquele ano, porém, Dr. Pessoa vetou a matéria, alegando que gerava despesas para o município e, portanto, deveria ter sido uma iniciativa do próprio Poder Executivo.
Desde então, a obra tem interditado trechos das avenidas que atravessa, como a Senador Arêa Leão, a Jóquei Clube e a Homero Castelo Branco. O primeiro trecho da segunda etapa, como adiantado pelo engenheiro responsável e pela Semduh, deve ser entregue em fevereiro deste ano, enquanto a obra completa está prevista para ser entregue à população em 2025.