Os profissionais da enfermagem do Piauí se reuniram na manhã de hoje (20) em protesto pedindo melhores condições de trabalho, valorização profissional e a concessão de reajuste salarial. De acordo com o Sindicato representante da categoria, desde 2012 os enfermeiros do Piauí não recebem aumento salarial e tem profissionais que recebem somente um salário mínimo para atuar com carga horária definida.
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Soma-se a isso o fato de que muitos profissionais estarem sendo submetidos a uma situação de esgotamento físico e mental por conta da alta da demanda de atendimentos na pandemia sem gozar de direitos fundamentais como folgas e férias. É o que explica o presidente do Senatepi, Erick Ricelly.
"Em todos os estados brasileiros, o médico, o odontólogo, o fisioterapeuta, todos os profissionais da área médica possuem uma carga horária definida a ser cumprida e aqui vale o que a direção do hospital determina. Temos enfermeiros ao ponto da exaustão e que não conseguem sequer marcar os 15 dias de férias a que têm direito. Ou seja, são só duas semanas de descanso, não dá nem pro profissional organizar a própria vida, imagine descansar e mesmo assim não conseguem agenda", afirma.
(Foto: Maria Clara Estrêla/ODIA)
Essa exigência profissional dos enfermeiros no Piauí, segundo diz o Senatepi, está ligada ao efetivo da enfermagem do Estado e também às perdas que a categoria sofreu durante a pandemia. De março de 2020 até agora, pelo menos 10 profissionais enfermeiros perderam a vida para a covid-19 no Estado após serem contaminados no local de trabalho.
Erick Ricelly reforça que a Lei 6201/2012, que trata do plano de cargo e carreira da categoria dos profissionais de saúde e que não vem sendo respeitada. Em 2016, o representante do Sindicato afirmou que, após reunião, o Governo do Estado do Piauí se comprometeu a cumprir esta lei, mas não foi atendida. Em nova greve, em 2019, o pedido também não foi cumprido.
“Pode-se pensar que a gente só briga por salário, mas para se ter uma ideia, o profissional de enfermagem recebe um salário mínimo no Estado Se não valorizou nesta pandemia, quando vai valorizar? São pessoas que estão sendo agredidas no dia a dia no seu trabalho, pela gerência e administração. Estamos sem salário adequado desde 2012, quando tivemos reajuste”, disse.