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Em 2022, mais de mil meninas e mulheres foram vitimas de estupro no Piauí

Os dados fazem parte do Boletim de Violência Letal Contra Meninas e Mulheres no Piauí e foram obtidos com exclusividade pelo Portal O Dia

09/03/2023 17:33

Apesar das inúmeras vitórias conquistadas pelas mulheres nas últimas décadas, elas continuam a ter suas vidas e sonhos interrompidos pela violência. Apenas em 2022, cerca de 1090 garotas e mulheres foram vítimas de estupro no Piauí. Os dados fazem parte do ‘Boletim de Violência Letal Contra Meninas e Mulheres’, da Secretaria de Segurança Pública do Estado, e foram obtidos com exclusividade pelo Portal O Dia. 


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Em 2022, mais de mil meninas e mulheres foram vitimas de estupro no Piaui (Foto: Reprodução/EBC)

Segundo os indicadores, ano passado foram registrados quase 6 mil boletins de ocorrências na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM). Para a delegada Thais Paz, as mulheres estão denunciando cada vez mais os abusos e violências sofridas, o que reflete no número de casos que chegam à polícia. 

A delegada comenta que o estupro de vulnerável - que ocorre quando a mulher nao tem discernimento sobre o que está ocorrendo (ou quando a vitima é menor de 14 anos) - tem sido mais denunciado. “Temos observado, por exemplo, que o número de esturpro de vulnerável vem crescendo, pois a mulher agora sabe que pode procurar seus direitos e esse tipo de violência passou a ser mais divulgada”, destaca.

Delegada Thaís Paz comenta sobre crimes de violência contra a mulher (Foto: Jailson Soares/ODIA)

Outros dados do boletim apontam ainda que, em 2022, 327 mulheres foram vítimas de importunação sexual e 681 foram vítimas de stalking. Atualmente, ambos os crimes estão previstos no código penal, no entanto, são recentes. A importunação sexual (que se trata de praticar atos libidinosos sem o consentimento) passou a ser considerado crime em 2018. Já o ato de "stalkear" (perseguir alguém por meio de redes sociais) passou a ser crime somente em 2021. 

“São crimes considerados recentes e por isso vemos esse crescimento nos boletins, pois é um crime que não tinha como denunciar. Sabemos que esse tipo de violência sempre existiu, mas a mulher não tinha como denunciar. Porém, que bom que agora essas denúncias estão sendo feitas e que as mulheres estão indo atrás de seus direitos”, aponta a delegada Thais Paz. 

Em caso de violência, denuncie

Para que a justiça possa ser feita, é necessário que estes tipos de crime sejam denunciados e cheguem aos ouvidos da polícia. O aplicativo Salve Maria é uma alternativa para quem não quer ou não pode se deslocar pessoalmente até uma delegacia. Por meio do serviço, a vítima ou qualquer pessoa pode acionar a Polícia Militar apertando a opção “Botão do pânico” ou botão de Denúncias para relatar episódios de agressão.

“Em Teresina, temos quatro DEAMs na capital, localizadas no centro, zona Norte, Sul e Sudeste.Temos a Central de Flagrantes Metropolitanas de Gênero que funciona 24h e sete dias por semana Em relação ao aplicativo Salve Maria, queremos incluir também uma conversa de whatsapp para aquelas mulheres que não conseguem baixar o aplicativo. O que nos interessa é que as mulheres consigam denunciar”, acrescenta a delegada.

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