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Em vídeo, preso por matar estudante de medicina disse que recebeu R$ 1 mil pelo roubo

Durante o interrogatório, Biel disse que não atirou em Flávia Cristina e imputa a culpa a Denilson Weviton Santos Nicolau,

14/02/2023 09:37

Um vídeo gravado pela Polícia Civil, e obtido com exclusividade pelo O Dia, mostra o depoimento de Francisco Emanoel Santos Gomes, conhecido no mundo do crime como Bielapontado como o autor dos disparos que tiraram a vida da estudante de medicina, Flávia Cristina Wanzeler Sampaio, na tarde do último domingo (12). Segundo Biel, ele teria recebido R$ 1 mil para praticar o roubo que culminou na morte da estudante.

Durante o interrogatório, Biel disse que não atirou em Flávia Cristina e imputa a culpa a Denilson Weviton Santos Nicolau. "Quando reparei, ele já trancou o carro, quando ele desceu, eu desci logo atrás dele e escutei o barulho do disparo. Quando olhei para dentro do carro, pensando que era a vítima que tinha atirado, o doido já vinha falando que tinha dado um tiro, mas ele não falou que tinha dado tiro em ninguém, não, só disse que tinha dado um tiro e eu fiquei na minha”, afirmou.

Biel foi pego pelos comparsas nas proximidades da avenida Zequinha Freire, na zona Leste de Teresina, e, de lá, saíram em busca de uma vítima. Questionado se o trio já tinha o casal como alvo, Biel disse que Ceará e Macapá vinham conversando dentro do carro, mas não havia entendido qual era o combinado entre eles. Segundo o suspeito, Antônio Denilson Barbosa Silva, o Macapá, era quem conduzia o veículo Kwid roubado.

Enquanto Biel diz que Ceará foi o autor dos disparos, este último coloca a culpa em Biel. Durante o seu interrogatório, Ceará teria afirmado que Biel atirou contra a vítima, voltou para o carro e teria dito que o tiro foi um “efeito colateral do roubo”.

Apesar disso, o superintendente de Operações Integradas, o delegado Matheus Zanatta, afirma que, até o momento, as provas apontam que Biel teria sido, de fato, o atirador. Segundo ele, a arma apreendida com Biel deverá passar por um exame de comparação balística para confirmar a origem dos disparos.

"Os autores sempre negam que foram eles que fizeram os disparos, jogam [a culpa] para outras pessoas, mas o Ceará foi categórico dizendo que quem fez o disparo de arma de fogo foi o Biel. Podemos conseguir comprovar esse disparo com o exame de comparação balística que deve sair nos próximos dias. O exame de papiloscopia das digitais do Biel deu positivo no veículo Kwid, que foi usado para a prática de latrocínio", afirmou o delegado.

Foto: Tony Silva/O Dia

Para tentar despistar a Polícia, Biel teria tingido o cabelo de verde. Após o latrocínio, ele teria ainda tentado usar o mesmo veículo usado no crime para chegar à cidade de Caxias. Contudo, ao avistar uma barreira na Ponte da Tabuleta, decidiu abandonar o veículo e seguir para o estado do Maranhão a pé.

"Esse veículo foi roubado no início de janeiro. Os autores do latrocínio trocaram a placa e colocaram uma placa clonada. No domingo à noite, ele tentou ir para Caxias com esse veículo, mas ele visualizou uma barreira na ponte de Teresina com destino a Timon e decidiu abandonar o veículo na Tabuleta e continuou a pé até Timon. Em Timon, ele pegou um táxi e foi com destino a Caxias", revelou o delegado.

Segundo o Código Penal, o crime de latrocínio é considerado crime hediondo. Por isso, se condenados, os três suspeitos de envolvimento na morte de Flávia Cristina podem ficar preso de 20 a 30 anos. "Eu acredito que pela crueldade eles devem pegar a pena máxima, que é a pena justa para esses três indivíduos. A grande maioria já tem passadem pela polícia e continuam cometendo crimes", finaliza o delegado Matheus Zanatta.



Edição: Com informações de Tony Silva.
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