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"Se eu não tivesse feito, ela tinha feito comigo", diz mãe ao confessar que matou Izadora

Ela disse que não possuía boa relação com a filha e que a situação piorou desde que a filha se separou do marido

16/03/2022 15:58

A idosa Maria Nerci, 71 anos, confessou na tarde desta quarta-feira (16/03) durante sessão do Tribunal Popular do Júri que assassinou sozinha com vários golpes de faca a própria filha, a advogada Izadora Mourão. O crime acontece na residência da idosa na cidade de Pedro II, no Norte do Piauí, no dia 13 de fevereiro de 2021. 

Maria Nerci, que foi indiciada juntamente como o filho João Paulo Mourão como autora do crime, relatou detalhes do crime. Ela disse que não possuía boa relação com a filha, que a situação piorou desde que a filha se separou do marido e começou a lhe pedir dinheiro para pagar suas contas pessoais.


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“Ela disse ‘eu estou precisando de dinheiro’. Eu disse ‘dinheiro para que?’, ela disse que era para pagar as prestações do guarda roupa ou era de um sofá. Eu disse ‘não tenho dinheiro, porque o dinheiro que eu ganho tu sabe quanto é minha aposentadoria”, disse. Maria Nerci relatou ainda que a filha ameaçou pedir o cancelamento de sua aposentadoria e deixou a entender que foi ameaça de morte pela própria filha.

Foto: Reprodução / Redes sociais

“Como ela disse que vai me matar e judiar de todo mundo aqui, eu vou lá vê se ela está se mexendo ou está dormindo. Ela estava dormindo um sono pesado, com o lado do coração para cima; eu tinha levado a faca. Eu disse, 'é hoje ou nunca; ou ela me mata primeiro'. Aí dei o primeiro golpe, foi muito forte, parece que acertei na veia que mata mesmo. Aí ela pegou no meu braço esquerdo, ai se virou. Ai fiquei golpeando, porque que se não ela tomava a faca e matava todo mundo”, descreveu.

Maria Nerci disse que João Paulo dormia em seu quarto e não participou do crime. A mãe descreveu que logo depois ligou para a emprega da residência e criou a história de que uma outra mulher tinha entrado da residência e cometido o crime. A empregada é quem teria chamado João Paulo e relatado a morte de Izadora. A mãe afirmou que se arrepende, mas  alegou legítima defesa. “Me arrependo porque toda mãe se apega ao filho. Mas tem momento que a gente faz loucura. Me arrependo, mas se eu não tivesse feito, ela tinha feito comigo”, disse.

Irmão da vítima alega que só soube do envolvimento da mãe após 12 dias preso

Durante depoimento do jornalista João Paulo dos Santos Mourão, irmão de Izadora Mourão, o mesmo relata que só soube do envolvimento de sua mãe no crime 12 dias após estar preso na Cadeia Pública de Altos. 

Em seu depoimento, o jornalista relatou como ocorreu toda a dinâmica no dia da morte de sua irmã e como os fatos foram se desenrolaram após o velório. Segundo ele, durante todo o processo de investigação tentou se manter calmo, colaborando com a polícia. “Eu fiquei tranquilo pois sabia que não tinha nada a ver com o crime, pelo contrário, eu estava colaborando com as investigações”, comenta.

João Paulo explica que a sua ficha só caiu quando recebeu um relatório do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), onde constava o nome de sua mãe, Maria Nerci, como uma das investigadas. “Eu estava na cadeia quando recebi um relatório e pude ler em linhas gerais. Foi aí que soube que minha mãe tinha relação com o crime”. 

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