Quase um mês após o Portal O Dia denunciar a falta de
alimentação para pacientes acamados em Teresina o drama persiste. Na manhã
desta quarta (05) o vereador Ismael Silva (PSD), que denunciou o descaso no
fornecimento dos insumos para a dieta enteral, revelou que o Ministério Público
Estadual já notificou a Fundação Municipal de Saúde para esclarecer a grave
crise, porém o problema continua. Em setembro Ismael revelou que FMS estaria a mais de três meses sem fornecer os insumos para a dieta de pacientes.
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A alimentação enteral é considerada essencial para a saúde
de pessoas enfermas impossibilitadas de alimentar-se convencionalmente pela
boca ou que não consigam manter seu estado nutricional adequado. O custo deste
tipo de alimentação, de acordo com especialistas, pode passar dos R$ 1.000,00
mensais, impedindo muitas famílias de arcar com o valor da dieta. A alimentação
deve ser fornecida pelo Sistema Único de saúde através da rede assistencial.

Foto: Assis Fernandes/ O DIA
O vereador explicou como está o processo de investigação do
MP e lamentou a falta de resolução. “Acionamos o MP e fizemos uma fiscalização
in loco indo na FMS averiguando a situação desta população que necessita da
alimentação da dieta enteral e do leite especial. No que diz respeito à
notificação administrativa do MP a Prefeitura apresentou uma justificativa que
não concordamos, que não vem embasada com os documentos. Vamos estar mais uma
vez no Ministério Público nesta semana, o processo já foi encaminhado ao próprio
MP que já instaurou essa notificação recomendatória, solicitando informações a
FMS. Vamos aguardar uma resposta definitiva”, lamentou o político
Após uma convocação dos vereadores, o Presidente da Fundação
Municipal de Saúde, Gilberto Albuquerque, irá ao parlamento municipal na
próxima terça explicar os motivos do problemas no sistema. A FMS foi
consultada, porém não se manifestou.

FOTO: Assis Fernandes/ O DIA
Tem o alimento na loja mas não tem na Prefeitura
O parlamentar lamentou o fato de pais e familiares estarem
comprando a alimentação do próprio bolso, o mesmo insumo em falta na
Prefeitura. “A Prefeitura alega o desabastecimento desses alimentos, porém, observamos
que as famílias estão tirando do próprio bolso o dinheiro para comprar esses
alimentos na iniciativa privada, é estranho ter os produtos no mercado privado
e não na Fundação Municipal de Saúde. Fizemos um dossiê de 26 páginas junto ao
Ministério Público e apresentamos pacientes que aguardam quatro meses por essa
nutrição alimentar. Temos relatos de pacientes que estão agravando o estado de
saúde e perdendo peso”, finalizou.
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