Quem precisa passar por algumas ruas do Centro de Teresina que foram recentemente revitalizadas acaba tendo que fazer ziguezague entre os veículos estacionados para conseguir fazer a travessia. Isso, porque com as calçadas e a via para tráfego no mesmo nível, o espaço dos pedestres e dos veículos se confundem e tem gente estacionando em local indevido.
Leia também: Obra de calçadão dificulta acesso e afasta clientes do Shopping da Cidade
(Foto: Assis Fernandes/ODIA)
O calçadão da Rua Simplício Mendes, por exemplo, tem sua margem tomada por motocicletas estacionadas e carro parados mesmo com a interdição da via para passagem somente dos pedestres. Por conta disso, o espaço destinado aos transeuntes acaba ficando mais estreito, sobretudo em períodos de maior fluxo de gente pelo comércio.
Uma que relata o risco de caminhar pelas ruas do Centro com os carros estacionados em local proibido é a dona de casa Jessilane Nopomuceno. Ela costuma ir ao Centro para fazer compras e no caminho para consultas médicas e diz que a pavimentação melhorou para poder caminhar, mas que fica com medo de passar entre os carros.
(Fotos: Assis Fernandes/ODIA)
“Tem carro que para praticamente no meio da rua e eu não sei se tem gente dentro, se estão esperando para sair ou se estão mesmo estacionados. Vai que um deles sai duma vez enquanto eu estou passando? Ficam tomando nosso espaço e cobrindo as calçadas. A gente fica sem ter por onde passar e tem que ficar se espremendo entre um carro e outro. Quando fecharam a rua eu pensei que seria só para pedestre, mas acho que não é, não”, afirma Jessilane.
E nem só quem anda a pé relata dificuldades. Ciclistas que precisam transitar pelo Centro comercial de Teresina reclamam dos riscos de terem que desviar dos carros estacionados em locais indevidos. A sinalização até ajuda, mas ajudaria mais se as pessoas obedecessem. Quem afirma é o senhor Edivaldo Fontenele.
(Foto: Assis Fernandes/ODIA)
Ele trabalha em uma loja de eletrodomésticos e há 14 anos se locomove para o serviço de bicicleta. Ultimamente, passar pelos locais que foram recentemente revitalizados tem sido transtorno em razão da quantidade de carros parados onde não deveriam estar.
“Até tem uma sinalização, mas as pessoas não são muito de obedecer. Eu fico com medo de ser pego de surpresa por algum carro. Mas se não tem ônibus, a gente tem que ir para o trabalho de alguma forma. O jeito é se arriscar. Tem muito motorista com consciência, mas tem uns que não, então a gente tem que se policiar para não se envolver em nenhum acidente”, relata Edivaldo.
(Foto: Assis Fernandes/ODIA)
Agentes da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (Strans) estão pelas ruas do Centro monitorando o tráfego e garantindo a interdição das ruas que devem ficar fechadas para os veículos e livres somente para os pedestres. Procurada pela reportagem, a assessoria da Strans informou que encaminhará a denúncia para a Gerência de Fiscalização no Trânsito para enviar equipes ao local e verificar as irregularidades cometidas pelos condutores mediante sinalização prévia no local.
A equipe de reportagem também procurou a Superintendência das Ações Administrativas Descentralizadas (SAAD Centro) para obter mais informações sobre o assunto. Em nota, o órgão informou que "o projeto de revitalização das ruas do Centro de Teresina é uma obra principalmente de acessibilidade com o intuito de eliminar os desníveis das ruas tradicionais, tornando assim, a via muito mais acessível".
Além disso, a SAAD Centro afirmou que a obra também é de drenagem. "Antes da colocação do pavimento final, foi implantada uma grande rede de drenagem acompanhada de elemento de captação de água. Entre elas, as "bocas de lombo" que ficam geralmente nas esquinas e também de maneira linear com tampas de concretos perfuradas que estão sendo complementadas com a instalação de mais de 400 grelhas metálicas na extensão de todas as ruas revitalizadas. Informamos ainda que a obra segue um rigoroso padrão de qualidade e diariamente é fiscalizada por técnicos e engenheiros responsáveis pelo planejamento da revitalização", diz a nota.