O teresinense que depende do transporte público precisou se virar como pôde nas primeiras horas desta segunda-feira (13). Isso porque com a greve dos motoristas e cobradores, os passageiros precisaram recorrer aos veículos cadastrados pela Prefeitura e também aos conhecidos como "ligeirinhos". O que era barato acabou se tornando caro e o que era para ser uma viagem rápida acabou se tornando demora.
(Foto: Assis Fernandes/ODIA)
Moradora do Parque Jurema, na zona Sudeste, a dona Iraci Soares da Silva pensa em recorrer ao metrô para tentar fugir do transtorno que a falta de ônibus causa. Ela conta que durante todo o tempo em que passou na parada, não viu nenhum ônibus coletivo ou cadastrado pela Prefeitura. “Tem muito tempo que eu estava na parada e não passou nenhum. Se não tiver carona, tenho que ir para o metrô. Nem quando é para ter ônibus normal, tem, imagine agora com greve”, argumenta.
(Foto: Assis Fernandes/O Dia)
A carestia que a falta de transporte causa no bolso do teresinense também é outro fator que dificulta ir e vir durante esta greve. Iraci, por exemplo, precisa recorrer a carros de aplicativo, pagando mais do que o valor da passagem inteira. “Tem que juntar um pessoal e dividir, pagar R4 7 cada um para conseguir um carro. É um absurdo isso, porque nada se resolve. Acho muito errada a situação que está, porque só quem sofre somos nós, que temos que passar a vida todinha na parada”, reclama Iraci.
Quem também está pagando mais para poder ir e vir nessa greve de ônibus é a estudante Luana Lima. Em geral, ela paga a meia-passagem estudantil com o cartão Passe Verde, mas sem ônibus coletivo, está sendo obrigada a pagar em espécie o valor da passagem inteiro, porque os veículos cadastrados pela Prefeitura não aceitam meia-tarifa.
(Foto: Assis Fernandes/O Dia)
“Tendo ônibus já é dificultoso porque é reduzido e a estrutura está péssima e com a greve, só piora. Ter que ir e vir de ligeirinho é mais caro, porque tenho meu cartão e não posso utilizar porque tem que passar o valor que eles cobram. E não é seguro também. Espero que daqui para frente possa melhorar”, afirma a estudante.
O problema não é apenas a ida para o Centro. O retorno para casa no fim do dia também acaba se tornando um dilema para o teresinense em meio à greve do transporte. Gerdilane Sousa, que é moradora da Santa Maria da Codipi, passou 45 minutos aguardando um ônibus e diz contar com a sorte e “com muita reza” para conseguir voltar para casa.
“Sabendo os horários que o ônibus passa não é tão complicado, mas passei 45 minutos esperando e a sorte é que ainda passa esses alternativos. Me cobraram o mesmo valor da passagem inteira, mas para retornar depois vamos rezar para achar um ônibus e levar a gente de volta”, diz.