Os mais de mil profissionais que
compõem o setor de enfermagem da saúde municipal de Teresina podem deflagrar
greve por tempo indeterminado a partir desta semana. A categoria se reuniu, na
manhã desta terça-feira (03), em frente ao Hospital de Urgências de Teresina
(HUT) para deliberar sobre os rumos do movimento. Acumulando 38% de defasagem
salariam desde 2013 sem ter aumento, os trabalhadores reivindicam concessão de 10,5% de reajuste e a inclusão da categoria no grupo de profissionais que recebeu aumento em seus vencimentos pela prefeitura , como os professores, por
exemplo.

Foto: Maria Clara Estrela/ODIA
Com a deflagração da greve, cerca
de 1.500 enfermeiros e técnicos deverão parar suas atividades por tempo
indeterminado nas unidades de atendimento da saúde municipal de Teresina.
Somente serviços como UTI e urgência e emergência devem continuam funcionando.
Segundo o presidente do Sindicato
dos Enfermeiros, Auxiliares e Técnicos em Enfermagem do Piauí (Senatepi), Erick
Ricelly, o texto enviado à Câmara é discriminatório, uma vez que excluiu
diversas categorias do reajuste linear. O último reajuste dos profissionais
ocorreu em 2013 e uma reparação dos valores dos anos seguintes foi parcelada em
seis vezes em 2019.
“Em 2010, os médicos tiveram uma
lei própria e, logo em seguida, tiveram o reajuste. Com a lei própria, eles
conseguiram o reajuste linear em 2014, 2015 e a odontologia da mesma maneira. A
enfermagem, no momento que conseguiu uma lei parecida em 2013, de cara foi excluída
do reajuste linear do contrário feito pela prefeitura com as outras categorias.
Agora, mais uma vez ele (prefeito) concede reajuste para outras categorias e excluiu
novamente a enfermagem e outras, alegando que o reajuste de 2019 era para substitui
o atual. Na verdade, é uma discriminação a essas categorias que desde 2013
tentavam o mínimo de reconhecimento e valorização. O próprio texto enviado para
câmara diz que as categorias ficam excluídas desse reajuste linear”, disse.
“A reparação em 2019, parcelada em
seis vezes, foi de 8,5% por ano. Foi dividido em três anos, em duas parcelas
para compensar os anos anteriores. Então não é algo que ganhamos, é o que foi
repassado que nós não recebemos que outras categorias receberam desde 2013 para
cá. Ficar mais uma vez de fora, a gente não aceita”, completa.
Ainda segundo Erick, a prefeitura
não tem dialogado com a categoria e a perda salarial chega a 38%, considerando a
inflação. “A gestão deixa claro que não
dialoga com a categoria. Enquanto leva um documento em mãos para o sindicato
dos médicos, sequer nos recebe. A gente percebe que o nível de tratamento é
diferenciado. Estamos com uma perda salarial de mais de 38%. Os 10,5% concedido
ainda não iria compensar a perda que tivemos com a inflação. Mas, em
compensação, deixaria a gente parecido com as outras categorias.
Erick lembrou ainda das perdas da categoria durante a pandemia de coronavírus. “A categoria foi a que mais sofreu assédio coação
moral, sobrecarregada, onde houve mais mortes e, para somar tudo isso, teve a
sua insalubridade cortada em plena pandemia, redução de valores nos plantões e,
além disso, está recebendo menos de um salário mínimo por um turno inteiro de
trabalho. A prefeitura proibiu as férias e não fez o pagamento dos profissionais
que até hoje alguns estão com atrasos nos salários e nas férias”, finaliza.
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