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Teresina: sem cadeiras e funcionários, creche do Portal da Alegria não inicia ano letivo

Professores desenvolveram atividades remotas para alunos com o próprio dinheiro devido à falta de material na escola

23/02/2022 17:23

O Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Noé Cerqueira Fortes, situado no Portal da Alegria, zona Sul de Teresina, não iniciou as aulas presenciais e permanece de forma remota. Segundo informações repassadas ao O DIA, a creche não tem estrutura para dar início ao período letivo. A denúncia dá conta de que faltam cadeiras escolares, livros e, até mesmo, funcionários. 


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Mãe de uma criança de 4 anos, Alcilene Alves conta que estava ansiosa para que sua filha começasse a frequentar a escola. Entretanto, ao saber do problema, a mesma foi pedir informações à direção da escola. “As aulas nas outras creches já começaram, e essa não. Então fui pedir informações aos diretores. Lá, eles informaram que isso não é culpa deles, pois a prefeitura não enviou os materiais necessários”, explica. 

Aulas na creche não iniciaram devido a falta de materiais (Foto: Divulgação/PMT)

Indignada com a situação, Alcilene comenta que onde mora, no Residencial Eduardo Costa, também na zona Sul, não há escolas, creches ou postos de saúde para as crianças e que, por conta disso, é preciso se deslocar ao Portal da Alegria para ter acesso aos serviços básicos. 

“Tudo que precisamos para nossas crianças, precisamos nos deslocar. Já não somos assistidos nessa área. Então, a gente se desloca para procurar uma creche para os filhos e quando fazemos a matrícula e pensa que as aulas irão começar, isso acontece”, acrescenta.


Professores tiram dinheiro do próprio bolso para desenvolver atividades para alunos

Inaugurada há 2 anos, as aulas no Noé Cerqueira iniciariam dia 7 de fevereiro. Entretanto, devido ao decreto da prefeitura, as aulas nas escolas municipais foram adiadas para o dia 22 de fevereiro. Alcione Alves explica que como as aulas não voltaram de forma presencial, houve uma reunião na escola a fim de aproximar pais e professores, além da entrega de atividades que deveriam ser realizadas de forma remota com as crianças.

Durante a reunião, os professores e diretores comentaram que foi necessário utilizarem seu próprio dinheiro para comprar resma, toner e imprimir as atividades. “Tivemos uma reunião para conhecer os professores e receber as atividades para fazermos em casa. Os professores se reuniram para comprar o material que levaríamos para casa. Isso é um descaso”, destaca a mãe, indignada. 

Atualmente, Alcilene está dando aula para sua filha em casa. A mesma organizou um cantinho de estudos para sua filha. “Eu mesma estou dando aula para minha filha. Todos os dias recebemos as instruções dos professores através de um grupo no whatsapp. Comprei todo o material, caderno e mochila. Estávamos felizes pois ela iria estudar pela primeira vez e, infelizmente, não tem previsão para retorno presencial", lamenta. 

Mãe preparou um cantinho de estudos para filha e segue orientações de professores via whatsapp. (Foto: Arquivo Pessoal)

Em nota, a creche pede a compreensão dos pais e informa que as aulas irão continuar de forma remota. “Devido nossa escola ser nova, estamos aguardando a Secretaria Municipal de Educação e Cultura concluir o envio de equipamentos e demais objetos, que irão garantir um funcionamento adequado para atender as crianças e com total segurança”.


Contraponto

A equipe do O DIA procurou a Secretaria Municipal de Educação e Cultura (SEMEC) a fim de obter informações a respeito da situação, todavia até o fechamento desta matéria não houve retorno por parte do órgão. O espaço permanece aberto para esclarecimentos. 

Edição: Adriana Magalhães
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