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Trabalhadores rejeitam proposta do Setut e greve do transporte de Teresina continua

Com 103 votos a 97, o movimento grevista segue por tempo indeterminado. Greve do transporte coletivo de Teresina já dura quase um mês.

11/04/2022 09:20

Atualizada às 11h09min

Em assembleia, os motoristas e cobradores de ônibus de Teresina rejeitaram a proposta do Setut e a greve do transporte público segue mantida. Do total de votos computados pela diretoria do Sintetro, 97 votaram a favor do fim da greve e 103 votaram contra o fim do movimento e rejeitaram a proposta feita pelos empresários. Iniciado no dia 21 de março e já durando quase um mês, o movimento grevista segue por tempo indeterminado.


Iniciada às09h21min

Os trabalhadores do transporte coletivo de Teresina voltam a se reunir nesta segunda-feira (11) para decidir sobre os rumos do movimento grevista, que já dura quase um mês. A categoria recebeu no final de semana uma nova proposta do Setut (Sindicato das Empresas de Transporte Urbano) estipulando salário de R$ 2 mil para motoristas, salário de R$ 1.231 para cobrador e de R$ 1.325 para fiscal. Além disso, o Setut ofereceu R$ 150,00 de tíquete alimentação e R$ 50,00 de auxílio saúde. 

O que os trabalhadores contestam na tentativa de acordo é a cláusula que estabelece que 20% dos ônibus da capital rodem sem cobrador. “O Setut garantiu que esses trabalhadores não serão demitidos, mas também não queremos e nem vamos arriscar. Eles disseram que esses 20% de ônibus sem cobrador seria um adicional na frota atual e que não mexeriam com quem já trabalha atualmente. Mas é algo que ainda precisamos discutir para ter certeza antes de dar qualquer resposta”, explica Edilane Sousa, vice-presidente do Sintetro.


Foto: Assis Fernandes/O Dia

Em nota, o Setut já havia informado que a saída da função de cobrador é uma adequação necessária para reduzir os custos do transporte para os usuários e citou que outras capitais do Nordeste como São Luís e Fortaleza já possuem mais de 60% da frota operada somente por motoristas.

Outro ponto que será discutido hoje é a questão salarial. É que o valor proposto pelo Setut para a remuneração dos cobradores é de um salário mínimo. Para o Sintetro, isso não cobre as perdas acumuladas nos últimos anos, uma vez que ao serem aplicados os descontos, o salário cai para menos de R$ 900,00. A categoria pede pagamento de R$ 20% a mais que o salário mínimo para os cobradores.


Foto: Assis Fernandes/O Dia

Possibilidade de fim da greve

Questionada pela reportagem do Portalodia.com sobre se a greve do transporte coletivo pode finalmente acabar em Teresina, a vice-presidente do Sintetro afirmou que é cedo para dizer isso. Edilane acrescentou que a categoria está aberta às negociações e que o fato de o Setut ter feito uma proposta para assinar o acordo coletivo é um bom sinal. No entanto, todos os termos do acordo terão que ser postos para que a categoria os analise detalhadamente antes de qualquer decisão.

“A gente está evitando falar em fim da greve. Não adianta assinar a convenção para o movimento parar se nós podemos ter perdas salariais e se as propostas não atenderem a todas as reivindicações que fazemos. Tudo precisa ser conversado”, finaliza Edilane.

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