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Usuários de ônibus convivem com terminais e estações depredadas em Teresina

É o que constatou a reportagem do Portal O Dia, que visitou diversos desses locais na cidade

22/05/2022 13:21

Os ônibus de Teresina retornaram às ruas no dia 13 de abril. Mas um sistema de transporte público não é feito somente pelos veículos que rodam pela cidade. É feito também pelas estruturas que abrigam e recebem os passageiros. E essas estão abandonadas aqui na capital. É o que constatou a reportagem do Portal O Dia, que visitou diversos desses locais na cidade. Terminais abandonados – ou sub utilizados para a vacinação -, estações sujas e depredadas e paradas vazias compõem o triste cenário da mobilidade de Teresina.

De tão vazia, parada vira “casa” de morador de rua

No bairro Cristo Rei, uma das paradas de ônibus da Avenida Barão de Castelo Branco, virou a casa de um morador de rua. Durante a presença da reportagem, ele não se encontrava, mas no local é possível perceber retalhos de panos, roupas usadas e até utensílios do lar. E quem ainda se arrisca a pegar ônibus nessa parada, como a Dona Severina, teme pelo perigo. 

Foto: Assis Fernandes/ODIA 

"Quando o Uber valia a pena, eu ainda pegava. Mas com essa alta, foi o jeito voltar ao ônibus. Essa parada aqui é vazia, só fica um morador de rua. Não acho segura, nem tanto por ele, nunca ouvi dizer que o morador de rua abordasse ou atacasse alguém. Mas por só viver vazia. Mas é o jeito ficar aqui" diz Severina da Costa e Silva, cabeleireira, que ia a médico no Centro.

Ponto de ônibus antigo foi interditado

Uma das paradas antigas, ainda feitas em concreto, precisou ser interditada pela Defesa Civil após apresentar rachaduras. A parada fica localizada na Praça Jornalista Paulo de Tarso, conhecida popularmente como Praça da Telemar. A estrutura do ponto de ônibus, que tem a cobertura e um banco feitos em concreto, está fragilizada devido às rachaduras e corre risco de desabamento. 


Leia também: Com risco de desabamento, Defesa Civil interdita parada de ônibus no Mocambinho 

(Fotos: Divulgação/Defesa Civil de Teresina)

“Essa estrutura de parada de ônibus é dos modelos antigos. Recebemos o chamado e verificamos que se encontra danificada e com grande risco de desabamento a qualquer momento. Para evitarmos acidentes, isolamos imediatamente a área e solicitamos a demolição”, afirma o gerente de operações da Defesa Civil de Teresina, Marcos Rolf.

Estações amanhecem com redes armadas e muita sujeira

A dificuldade de conseguir pegar um ônibus tem afugentado os passageiros das cerca de 60 estações de transbordo, nos oito corredores do sistema em Teresina. Sem usuários, esses espaços acabaram sendo ocupados por pessoas em situação de rua. Na estação próxima à Nova Ceasa, em plena às 10h da manhã até redes ainda estão armadas no espaço

Foto: Assis Fernandes/ODIA 

Sem contar com colchas de cama, sujeira e o mau cheiro, que incomoda e muito os passageiros. "Aqui não tem ordem. A Prefeitura não faz limpeza com frequência, é a maior imundície. Aqui traz doença, traz tudo. É uma indignidade, deixar pessoas ficarem dormindo aqui, e nós que precisamos pegar ônibus cedo temos que conviver com isso: redes armadas e sujeira pra todo lado", disse o seu Francisco Martins, aposentado, que estava esperando o ônibus para o Teresina Sul.

A depredação já não é novidade para nenhum teresinense. Na estação próxima ao Albertão, só existem apenas as paredes e o teto. O resto da estrutura – vidros, ar condicionado, forros, iluminação, sinalização - foi depredada ou roubada. Por conta do perigo, a estação tem pouco movimento, além do fato de terem poucos ônibus que atendem a região.

(Foto: Assis Fernandes / O DIA)

Terminais não recebem ônibus

“Se não fosse a vacinação contra a Covid, que ainda está acontecendo aqui, isso tudo estaria simplesmente abandonado”. O relato é da técnica de enfermagem Jéssica Karine, que afirma que nunca mais viu um ônibus entrar no Terminal do Bela Vista, na zona Sul de Teresina. "Faz tempo que não tem ônibus por aqui. Ainda tinha o movimento da vacinação que dava uma função pra esses espaços”. 

“Mas agora, com a Pandemia diminuindo, e a vacinação em baixa, caiu muito. Se não fosse a gente aqui, isso tudo já estava abandonado", afirma Jéssica Karinne, técnica em enfermagem. Ninguém da administração do Terminal foi encontrado para falar sobre a situação.

O que diz a Gestão municipal

A reportagem tentou entrar em contato com a STRANS, mas o órgão não respondeu os questionamentos. O espaço segue aberto para esclarecimentos.

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