Entra ano e sai ano e o teresinense continua sem saber como fará para se deslocar dentro da cidade uma vez que os dilemas envolvendo o transporte coletivo da capital seguem sem uma definição. No último dia 27 de janeiro, a Superintendência de Transporte e Trânsito de Teresina (Strans) emitiu ordem de serviço às empresas de ônibus para que a frota fosse aumentada para 250 veículos a partir de 07 de fevereiro.
Os motivos eram a redução do cenário de pandemia e o retorno das aulas presenciais nas escolas teresinenses, o que aumentaria o fluxo de usuários do transporte público. No entanto, o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Teresina (Setut) disse que, mesmo com essa volta às aulas, não há demanda para que a frota de ônibus aumente.
Foto: Assis Fernandes/O Dia
É o que diz o coordenador técnico do Setut, Vinícius Rufino: “Se houver alguma necessidade, algum aumento de passageiros transportados considerável e verificado, essa frota poderá ser aumentada. O que podemos dizer é que nesse momento a frota operante na cidade é suficiente para cobrir a demanda”.
O Setut lembra que a Prefeitura tem o direito e o poder de aumentar a frota de ônibus em circulação caso opte por isso independentemente da quantidade de passageiros e da arrecadação com o serviço. No entanto, para que isso seja feito, o Sindicato das Empresas alega que é preciso cobrir antecipadamente o custo operacional do sistema.
“Deve-se observar que o Município deve fazer uma cobertura do custo operacional antecipadamente para essas operadoras para que elas possam ter condição de colocar essa frota na rua”, finalizou Vinícius Rufino.
De acordo com a Strans, Teresina tem atualmente 186 ônibus circulando. Na ordem de serviço emitida ao final de janeiro, o órgão disse que as empresas precisam manter regularidade na prestação do serviço para que o usuário volte a utilizá-lo e a demanda volte a crescer. Tendo em vista o não cumprimento da determinação do aumento da frota para 250 ônibus, a Strans informou ao O DIA que irá notificar os consórcios pelo descumprimento do contrato, acarretando em multa.
"Diariamente são emitidas as notificações, tem um todo um trâmite a ser cumprido. Eles vão receber as notificações, tem um prazo para recorrer, e a Strans vai analisar todo esse pedido de resposta que eles nos deram. Em caso de deferimento, vai ser emitida uma multa", explica Felipe Leal, gerente de planejamento da Strans.