'Foi para intimidar', diz ex-advogado de prefeito morto em Madeiro, após sofrer atentado
Madeiro: morte do prefeito Zé Filho teria sido motivada pela demissão de um parente Caçada contra assassino do prefeito de Madeiro continua; DHPP investiga sobrinho
Segundo o advogado, os tiros
foram disparados quando ele e a esposa estavam
dormindo na casa. “Me assustei, desliguei os aparelhos que estavam ligados para
não ficar nenhum sinal sonoro e nem luz, e me deitei no chão. Fiquei tentando
ouvir alguma coisa, pisada ou alguma fala se aproximar, mas logo em seguida
ouvi o barulho de um veículo se evadindo das proximidades da minha residência”,
relatou Francisco Miranda ao Portalodia.com.

Foto: Francisco Miranda/Arquivo Pessoal
Ainda de acordo com o relato do
advogado, ele só saiu de casa quando o dia já havia amanhecido e procurou à
Polícia Militar do município para informar sobre o ocorrido, posteriormente, um
boletim de ocorrência também foi registrado na Polícia Civil. Francisco Miranda
afirma que já havia sofrido ameaças indiretas, mas não imaginava que essas ameaças
seriam concretizadas.
“Sempre colegas chegavam falando
que estava muito arriscado, que as pessoas poderiam realizar esse tipo de ato
contra a minha pessoa, mas eu não imaginava que fosse chegar a tal ponto.
Sempre tive muita segurança e muita cautela, não esperava que acontecesse”,
afirma.
Para o advogado, essa seria uma
forma de intimidação, já que, além de ser ex-assessor jurídico do prefeito Zé
Filho, ele é uma das testemunhas de acusação no processo, tendo, inclusive,
prestado socorro ao prefeito após este ser vítima dos disparos em um campo de
futebol do município.

Foto: Assis Fernandes/O Dia
“Tínhamos uma relação muito próxima,
sempre trabalhei com ele desde o início do mandato como prefeito, além de
sermos amigos pessoais. Acredito que seja um modo de me intimidar, porque fui arrolado
como testemunha de acusação no processo, prestei depoimento no inquérito e fui
ouvido também pelo juiz. Acredito que seja uma forma de tentar calar a minha
boca”, diz.
Francisco Miranda também revelou
a sensação de insegurança que tomou conta da população de Madeiro
após a morte do prefeito. Contudo, apesar disso, ele pretende continuar morando
no município. “Está complicado viver assim, com essa insegurança. A polícia
ostensiva não tem um quadro muito grande, são poucos policiais e a gente fica à
mercê da criminalidade, mas foi o lugar que eu nasci e gostaria muito de
continuar vivendo lá, sim”, destaca.
Após o atentado, o advogado procurou a Comissão
de Defesa das Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Piauí
(OAB-PI), e se reuniu com o delegado-geral da Polícia Civil, Luccy Keiko, para
pedir apoio nas investigações sobre o caso, afim de apurar os autores dos disparos,
bem como os mandantes do crime.

Foto: Assis Fernandes/O Dia
“A OAB vai solicitar o apoio de todos os órgãos competentes para que seja
realizada essa investigação e para que essa investigação tenha êxito e chegue
aos executores e aos mandantes do referido crime. Com a elucidação desse crime,
seja decretada a prisão preventiva deles em virtude de estarem ameaçando e
atentando contra a vida de uma testemunha de um processo criminal”, afirmou o
presidente da Comissão de Prerrogativas da OAB, Albelar Prado.