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Mãe alega que bebê foi queimado após morrer durante jejum de duas semanas

De acordo com o delegado, a família teria mudado pelo menos três vezes as versões sobre o desaparecimento da criança.

22/02/2022 11:16

Em entrevista ao Portalodia.com, na manhã desta terça-feira (22), o Delegado Geral da Polícia Civil do Piauí, Luccy Keiko Leal, afirmou que Ângela Valéria Ferreira Ferro, mãe do pequeno Wesley Carvalho Pereira, de 1 ano e 9 meses, teria confessado à polícia que a criança morreu após ficar em jejum durante duas semanas em um ritual. Segundo o depoimento, após a morte do bebê, a família decidiu cremar o corpo.

Foto: Reprodução

De acordo com o delegado, a família teria mudado pelo menos três vezes as versões sobre o desaparecimento da criança. Em um primeiro momento, a mãe procurou a polícia para informar que o bebê havia sido sequestrado no dia 29 de dezembro, na Praça da Bandeira, após receber a visita de familiares que questionaram o sumiço do pequeno Wesley. O primeiro boletim de ocorrência sobre o caso só foi registrado mais de um mês do suposto sequestro.

Contudo, durante as investigações, a Polícia Civil descartou a hipótese do sequestro após identificar diversas contradições nos relatos dos pais do garoto. Segundo o delegado, no último final de semana, a mãe mudou a sua versão e teria dito em depoimento que o bebê havia caído em um poço. E, só depois, teria apresentado a última versão de que a criança veio a óbito após passar duas semanas em jejum.

“No final de semana, a mãe começou a apresentar outros relatos, dizendo que o filho teria caído num poço na presença do pai e dos avós. O Corpo de Bombeiros realizou escavações nesse local e tentou localizar vestígios, mas nada foi encontrado. Agora, o pai e a mãe estão apresentando versões de que a criança teria falecido em razão de uma doença, ficou desnutrida por um jejum e teria falecido. Ao encontrarem a criança morta, o pai levou o corpo para as imediações da residência na zona rural e cremou”, revelou o delegado.

Foto: Assis Fernandes/O Dia

As investigações apontam ainda que a família deixou de frequentar uma igreja e começou a apresentar um comportamento “estranho”. “Eles se isolaram e o líder religioso chegou a ir até a casa [da família], mas deixou de ser recebido”, afirmou o delegado. Mesmo com a nova versão apresentada pelos pais do garoto, o delegado avalia que é necessário que a polícia tenha cautela. “Eles mentiram desde o início, precisamos ter elementos externos que corroborem essa nova versão”, destacou.

Na manhã de hoje, peritos do Instituto Criminalística e policiais da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) estão realizando buscas no povoado Santa Teresa, zona rural de Teresina, no local onde, segundo o pai, o corpo do garoto teria sido queimado. As buscas irão determinar se no local há vestígios de DNA humano que comprovem a última versão dada pela família.


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