Os professores da rede municipal de ensino de Teresina podem decretar uma nova greve a partir da próxima semana. Uma Assembleia-Geral será convocada para a próxima quarta-feira, 7 de dezembro, e uma das deliberações que pode ser pautada é o movimento paradista para reivindicar entre outros benefícios o pagamento do piso nacional do magistério.
O coordenador geral do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teresina (Sindserm), Sinésio Soares, cobrou que a Justiça aprecie as ações que pedem o pagamento do piso salarial. Para ele, não é aceitável que a Justiça entre de recesso sem antes julgar as ações movidas pelo Sindicato.
“Em Teresina, o professor tem hoje um salário de R$ 3.348,00 e as cidades vizinhas todas pagando o piso (R$ 3.845,63). Isso faz parte de uma ação judicial que nós também vamos exigir que seja julgada esse ano. Do contrário, no dia 7 de dezembro, quando teremos uma nova assembleia, vamos ter que usar a arma que temos, que infelizmente é a greve”, disse nesta quarta-feira (30/11) à O Dia Tv.
Sinésio Soares (Foto: Assis Fernandes / O Dia)
Neste ano, os professores da capital pararam as atividades durante 212 dias em reivindicação ao reajuste de 33,24%, ante os 16% encaminhados pelo prefeito Dr. Pessoa e aprovado pela Câmara Municipal de Teresina. O secretário de Educação, Nouga Cardoso, já chegou a afirmar que os efeitos dessa greve deve durar até 2024.
Sinésio criticou ainda o que chamou de dois calendários letivos nas escolas municipais. “Não pode ter dois calendários. Metade de uma turma em aula e outra metade em férias. É preciso um só calendário de reposição. A escola não pode funcionar só pela metade, uma parte que fez greve e a outra parte que não fez greve. Isso é uma loucura”, declarou.
Decisão sobre compra de livros
O coordenador do Sindserm comentou ainda a decisão do Tribunal de Contas Estado (TCE) que multou em R$ 65 mil o secretário Nouga Cardoso após encontrar irregularidade na utilização de R$ 6,5 milhões para aquisição de 100 mil livros de uma empresa de Manaus investigada por corrupção.
“Não aceitamos isso. O que adianta você tirar do erário público R$ 6,5 milhões e pagar uma multa que não chega a 1%. Nesse sentido também colocaram só o secretário Nouga (Cardoso) na responsabilidade. O prefeito também é responsável legal. É uma decisão que no nosso entendimento temo viés político. O prefeito tem que ser responsabilizado”, disse Sinésio.