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Professores decidem continuar acampados na porta da Câmara em protesto até quinta

Em greve desde a semana passada, a categoria cobra a concessão de reajuste linear conforme o piso nacional do magistério.

16/02/2022 11:23

Os professores da rede municipal de ensino de Teresina decidiram continuar acampados na porta da Câmara Municipal até esta quinta-feira (17). A categoria reivindica o pagamento linear do reajuste salarial de 33,23% conforme o piso nacional a todos os profissionais da educação. É que o projeto de lei enviado pelo prefeito Dr. Pessoa (MDB) à Câmara concede este reajuste de forma escalonada e no primeiro momento apenas aos professores Classe Auxiliar VI, ou seja, só 15 profissionais. Os demais terão reajuste de somente 10%.

Em entrevista ao O DIA, Sinésio Soares, coordenador geral do Sindicato dos Servidores Municipais de Teresina (Sindserm), afirma que apenas o fato de a lei federal conceder o reajuste de 33,23% é motivo o suficiente para não aceitar o projeto proposto pela Prefeitura de Teresina. "33,23% é o que esta na lei federal e consolida a lei municipal. Essa proposta [do prefeito] é ilegal! Passamos um ano inteiro sem reajuste, a lei diz que é 33,23%, então isso já seria motivo suficiente para não aceitar esse rebaixamento", explica. 

Professores da rede municipal de Teresina decidiram continuar acampados na porta da Câmara Municipal até quinta-feira. (Foto: Tárcio Cruz/ODIA)

Os servidores da educação municipal estão de braços cruzados desde o começo do mês alegando que professores e prefeitura têm “caminhado em sentidos opostos”. A categoria cobra o repasse do rateio do Fundeb e denunciam irregularidades na compra de 100 mil livros escolares do projeto Teresina Educativa.

Com isso, o Sindserm pediu a instauração de um CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a aquisição dos livros no valor de R$ 6,5 milhões e a denúncia feita pela entidade junto ao Tribunal de Contas do Estado resultou no bloqueio da quantia e na suspensão do uso dos livros na rede municipal de ensino.

Sinésio Soares comenta que proposta do prefeito de Teresina é ilegal. (Foto: Arquivo O Dia)

Ainda segundo Sinésio Soares, os acampamentos irão continuar nesta quarta (16), quinta (17) e, na sexta-feira (18), haverá uma assembleia geral com todos os servidores municipais. No sábado (19), os servidores irão realizar um passeio ciclístico da greve e retornam aos acampamentos em frente à câmara na próxima segunda (21). 

"Na segunda acamparemos na câmara novamente e ficaremos até o dia seguinte. Acreditamos que os vereadores irão cumprir com suas palavras, pois a maioria disse que irá votar no reajuste de 33,23%", comenta. 

“Para que a greve? ”

Ainda ontem (15), o vice-prefeito Robert Rios criticou o movimento grevista dos professores municipais alegando que se as escolas não estão funcionando de forma presencial, não existe necessidade de parar as atividades. “Ora, se não tem aula, por que a greve? Se não está tendo aula, para que a greve?”, questionou.

Em relação a este questionamento, o coordenador geral do Sindserm destaca que os professores estão trabalhando desde o dia 7 de fevereiro e que, mesmo não havendo aula, as direções das escolas enviam atividades. "As direções de escola estão cobrando atividades, então ele [Robert Rios] tem que explicar isso para as direções", pontua.

Sinésio Soares acrescenta ainda que só não está tendo aula pois os servidores da educação municipal estão exercendo seu direito de greve. "Até as mães estão apoiando e vindo ao movimento. Elas também entendem que o dinheiro está sendo desviado para outra finalidade", conta. 

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