A crise do transporte coletivo de Teresina ganhará mais um capítulo nesta sexta-feira (25). É que os motoristas e cobradores vão se reunir em assembleia para discutir uma possível paralisação dos ônibus em protesto contra a possibilidade do não pagamento do 13º salário da categoria pelo Setut. O anúncio de que o 13º salário dos motoristas e cobradores não está garantido para 2022 foi feito pelo Sindicato Patronal na semana passada.
Antônio Cardoso, presidente do Sintetro (Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário de Teresina) explica como ocorrerá a assembleia. “Vamos ter chamadas durante a manhã e durante a tarde para que todos os trabalhadores participem, porque queremos ampliar a discussão. O 13º salário é garantia constitucional e não vamos permitir que aqui em Teresina essa garantia seja desrespeitada. Estamos fazendo tudo com transparência e respeitando todos os prazos para que se chegarmos a uma paralisação, ela seja realmente a última opção”, disse Cardoso.
Foto: Assis Fernandes/O Dia
Além do 13º salário, os motoristas e cobradores de ônibus também discutirão na assembleia a convenção coletiva da categoria pra 2023. O objetivo é já começar o ano com uma resolução sobre o que será concedido de reajuste e os benefícios que os trabalhadores deverão receber. Os profissionais ainda não definiram valores, porque isso será acordado primeiro com os empresários, mas já disseram que esperam reajustes corrigidos pela inflação já a partir do começo do ano.
TRT-PI vai mediar a discussão
Além da assembleia com a categoria nesta sexta-feira (25), motoristas e cobradores de ônibus de Teresina vão se encontrar com representantes do Setut e da Strans em uma audiência no Tribunal Regional do Trabalho do Piauí (TRT-PI) às 10 horas para tratar, dentre outros pontos, sobre a situação salarial dos trabalhadores e a melhora na prestação do serviço de transporte coletivo da capital.
De acordo com o presidente do Sintetro, a categoria quer ter certeza de que ainda é possível resolver as pendências de 2022 antes que o ano acabe para que 2023 comece com somente as questões que competem o calendário do ano que vem. “Vamos ver se é possível ajeitar a situação até o fim do ano e encaminhar o que tem que ser pautado para a convenção do ano que vem. Queremos antes de tudo transparência por parte da Prefeitura e do Setut em relação a todas as alegações que eles vivem fazendo”, explicou Antônio Cardoso.
Antônio Cardoso é presidente do Sintetro - Foto: Assis Fernandes/O Dia
Dentre as questões que ainda estão pendentes está o pagamento pelo trabalho no segundo turno da eleição que aconteceu em 30 de outubro e a questão do 13º salário.
A Strans confirmou ao Portalodia.com que o superintendente participará do encontro às 10h no TRT. O Setut também confirmou presença. A partir do que for deliberado entre as entidades na reunião, os motoristas e cobradores de ônibus poderão definir os rumos da agenda de reivindicações, incluindo uma provável paralisação dos serviços.
“A gente não quer parar. Deixar de trabalhar é nossa última opção para quando a situação fica insustentável, mas gostaríamos que as pessoas entendessem que, se isso acontecer, é por um bem maior. Porque a gente precisa de valorização e de receber o que é garantido a nós por direito”, finaliza o representante da categoria.