Em meio a grave crise no sistema de saúde de Teresina com o Hospital do Buenos Aires interditado pelo Conselho Regional de Medicina (CRM-PI), falta de medicamento e de profissionais em várias unidades de saúde, a Fundação Municipal de Saúde entra em seu segunda semana sem comando.
O médico Gilberto Albuquerque, que presidia a FMS desde o início da gestão do prefeito Dr. Pessoa (Republicanos), pediu exoneração do cargo na última terça-feira (06/12). Desde então, Gilberto deixou de responder pela pasta, apesar de formalizar sua saída ao Palácio da Cidade somente na quinta-feira (08/12) ao encaminhar um documento a Dr. Pessoa.
Antes, porém, a FMS apresentava sinais de ingerência. Vereadores da base do prefeito na Câmara Municipal não escondiam as tentativas de participação na gestão da pasta e, conforme revelou o Portal O Dia, a primeira-dama Samara Conceição Rodrigues estaria realizando diversas alterações em gerências do órgão e coordenando a exoneração de várias pessoas ligadas ao presidente da fundação, Gilberto Albuquerque.
Foto: Assis Fernandes / O Dia
Mesmo antes da formalização do pedido de exoneração de Gilberto Albuquerque, o prefeito Dr. Pessoa tentou encontrar um novo nome para assumir a Saúde. O gestor convidou o diretor do Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí (HU-UFPI), o médio Paulo Márcio, que rejeitou a proposta e preferiu seguir na chefia do HU.
Paulo Márcio revelou ao Portal O Dia que sugeriu ao prefeito a nomeação da enfermeira enfermeira Clara Leal para a FMS. A comunicação da Prefeitura de Teresina informou que na última sexta-feira pela manhã Dr. Pessoa iria anunciar o nome para comandar a FMS, o que não aconteceu.
A crise na saúde da capital foi alvo de Audiência Pública na Câmara Municipal de Vereador e de novas fiscalizações do Conselho Regional de Medicina (CRM-PI) e do Ministério Público, que constaram falta de medicamentos e insumos no Hospital do Monte Castelo, na zona Sul de Teresina, e falta de profissionais na Maternidade Wall Ferraz, na zona Sudeste.