A indefinição em torno da crise do transporte público de Teresina continua. A greve dos ônibus, que começou na última segunda-feira (13) continua sem previsão de término. Isso porque, segundo o Sindicato dos Trabalhadores, o Setut retirou a proposta que havia feito e que poderia pôr um fim no movimento. A informação foi confirmada nesta manhã (20) por Antônio Cardoso, presidente do Sintetro.
Uma semana depois do começo da greve e Teresina continua sem ônibus - Foto: Assis Fernandes/O Dia
De acordo com ele, os empresários haviam feito uma proposta no intuito de suspender o movimento grevista. Essa proposta consistia em conceder reajuste de 6,5% no salário de motoristas e cobradores, reajustar para R$ 350,00 o tíquete alimentação e para R$ 90,00 o auxílio saúde. O Sintetro informou que havia uma inclinação dos trabalhadores em aceitar o que foi proposto, mas que nesta manhã o Setut retirou a proposta.
“Marcamos uma assembleia para mostrar que no momento a gente poderia suspender a greve e quando foi hoje eles retiraram a proposta. Eu até preferia que fosse dessa forma. Estávamos dispostos a conversar com a categoria para tentar suspender o movimento por pelo menos três a quatro meses e ver se depois disso teria outra coisa para melhorar ou resolver o problema. Mas agora falaram com a gente dizendo que não tinham condições de manter o que propuseram”, explicou Cardoso.
Antônio Cardoso disse que o Setut retirou a proposta mais recente que havia feito - Foto: Assis Fernandes/O Dia
Diante do impasse e sem um posicionamento da Prefeitura a respeito da crise do transporte, os motoristas e cobradores mantêm a greve dos ônibus por tempo indeterminado. Na semana passada, uma decisão da Justiça do Trabalho obrigou o Sindicato dos Trabalhadores a colocar 100% da frota para circular pelo menos nos horários de pico sob pena de multa diária de R$ 50 mil.
O Sintetro afirmou que recorreria da decisão e frisou que mesmo antes da greve Teresina já não contava com 100% de sua frota de ônibus circulando, o que tornava impossível cumprir a decisão da justiça agora. “Quem diz quantos ônibus deve circular é a Strans por ordem de serviço que o Setut tem que cumprir. E antes, o Setut já não cumpria”, explicou Cardoso.
Enquanto a cidade segue sem transporte coletivo regular, a Prefeitura de Teresina cadastrou ônibus alternativos para atender à demanda da população. São pelo menos 100 veículos devidamente reconhecidos pela Strans para fazer itinerários equivalentes ao que os ônibus do Setut faziam.
A reportagem do Portalodia.com procurou o Setut para que a entidade se manifeste sobre as informações prestadas pelo Sintetro e aguarda um retorno. O espaço ficará abertoa para futuros esclarecimentos.