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Motoristas e cobradores dizem que vão liberar ônibus "na medida do possível"

Sindicato diz que ordem judicial que obriga 80% dos ônibus a rodar foi expedida sobre números defasados. Frota atual não chega a 100 carros.

22/03/2022 10:58

Teresina deve continuar sem ônibus pelos próximos dias. Ao menos é isso o que dizem os motoristas e cobradores de ônibus, que estão reunidos na porta da garagem de uma empresa na zona Sul da capital em protesto. Apesar de o Sintetro (Sindicato dos trabalhadores das empresas de ônibus de Teresina) ter recebido nesta manhã a decisão judicial que obriga 80% dos ônibus a circular, a categoria diz que não interromperá o movimento até que sua convenção coletiva seja assinada.

Foto: Assis Fernandes/ODIA


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“Estamos reivindicando nossos direitos de salário, tíquete alimentação e plano de saúde. Só vamos parar a greve quanto tivermos nossa convenção assinada. A gente pede desculpa à população e pedimos que o prefeito tome de conta da situação, porque se ele quiser, ele resolve”, disparou Edilane de Sousa, vice-presidente do Sintetro.

De acordo com ela, a decisão liminar de obrigar 80% dos ônibus a circular durante a greve foi baseada em uma ordem de serviço antiga que previa uma frota de 250 veículos. No atual número de carros, esses 80% não representam muita coisa. Antes da paralisação, Teresina tinha menos de 100 ônibus circulando.

Foto: Assis Fernandes/ODIA

“Se colocarem o cálculo dos 80% em cima da frota atual, não sai a quantidade de carro que é para sair. Aqui em Teresina não estão rodando nem 100 ônibus. A população mesma vê”, afirmou Edilane.

O Sintetro informou que pode até liberar alguns veículos para circular, no entanto serão somente aqueles cujos motoristas e cobradores estão de carteira assinada, o que representa um número mínimo e insuficiente para atender à população. Os demais, a grande maioria que está trabalhando por diárias, não sairá das garagens. 

"A gente vai tentar cumprir, na medida do possível. Não estamos impedindo ninguém [de sair da garagem], eles [os trabalhadores] que não querem entrar sem garantia nenhuma. No momento mais difícil, que foi na pandemia, foi retirado o plano de saúde, os tickets, estamos há três anos sem aumento, e o trabalhador recebendo na diária. Hoje trabalha e passa 15 dias para trabalhar de novo, ganhando uma diária de R$ 60,00 que não dá para nada”, finaliza Edilane.

Foto: Assis Fernandes/ODIA

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