O crime
Em julho de 2021, a mãe de uma criança de 12 anos denunciou à polícia que sua filha estava sendo abusada sexualmente desde os cinco anos de idade por Marcos Vitor Aguiar Dantas Pereira. Após a denúncia, Marcos Vitor foi acusado também de estuprar a própria irmã, que na época tinha 9 anos. O caso foi encaminhado à Polícia Civil no dia 31 de agosto de 2021.
Marcos Vitor Aguiar Dantas Pereira, acusado de estupro de vulnerável (Foto: Reprodução/Redes sociais)
Durante entrevista ao Portal O Dia, a mãe de uma das vítimas revelou que Marcos Vitor se aproveitava dos momentos em família e da confiança que todos tinham nele, para praticar os abusos sexuais contra suas primas e irmãs. A família conta que jamais desconfiou dos crimes.
Marcos chegou a confessar o crime em uma conversa com uma das mães da vítima e afirmou que aquele foi um “período obscuro” de sua vida e pede perdão por toda a situação, dizendo ainda que “faria de tudo para que fosse perdoado”. Após o caso vir à tona, ele teve a prisão preventiva decretada, mas estava foragido há mais de um ano.
Condenação
Em novembro de 2022, Marcos Vitor foi condenado a 33 anos e oito meses de prisão pelo crime de estupro de vulnerável. No processo, Marcos Vitor foi condenado a 10 e 23 anos, respectivamente, pelo crime de abuso sexual contra as duas vítimas. O réu havia sido ainda acusado de outro crime, onde teria violentado uma outra irmã, de 3 anos de idade, porém foi absolvido por falta de provas
A fuga
Segundo a Polícia Civil, após ter a prisão preventiva decretada em outubro de 2021, Marcos Vitor trancou o curso de Medicina que fazia em Manaus e fugiu para o exterior. Em um primeiro momento, o estuprador passou por Foz do Iguaçu, no estado do Paraná, depois para o Paraguai e, somente então, chegou à Argentina.
Na Argentina, Marcos Vitor se instalou na capital Buenos Aires. Lá, ele adotou o nome falso “Pedro Saldanha” e passou a morar em um hostel e a trabalhar como garçom em um restaurante localizado em um bairro de luxo. Após a condenação no Piauí, em novembro do ano passado, o ex-estudante fugiu novamente para a cidade de Mar Del Plata, também na Argentina.
A procura
De acordo com o delegado Matheus Zanatta, superintendente de Operações Integradas a Polícia Civil, a polícia chegou a cogitar que Marcos Vitor havia fugido para a Espanha ou Portugal, mas as investigações apontaram que o destino do estuprador havia sido a Argentina.
Os policiais passaram 15 meses em diligências e, no final do ano passado, a Polícia Civil recebeu a informação de que o procurado estaria residindo em Buenos Aires vivendo uma vida comum. As investigações, então, se voltaram para o país vizinho para conseguir identificar se a pessoa que levava uma vida ativa em Buenos Aires era, de fato, o ex-estudante foragido da Justiça Criminal de Teresina.
A prisão
Marcos Vitor foi incluído na difusão vermelha da Interpol, a pedido da Representação Regional da Interpol no Estado do Piauí. De posse das informações que confirmavam a sua identidade e com base em levantamentos feitos pela Polícia Civil do Piauí, foi possível localizar e prender o piauiense.
O estuprador foi preso em Mar del Prata na terça-feira (17). A prisão ocorreu em frente a um shopping center bastante movimentado na cidade. No momento da prisão, Marcos Vitor apresentava uma aparência física diferente, estava mais magro e com cabelos compridos. A prisão foi resultado de uma grande operação conjunta realizada pela Interpol, “Cuerpo de Investigaciones Judiciales (CIJ) del Ministerio Público Fiscal” e Polícia Federal da Argentina.
Marcos Victor foi preso na última terça-feira (Foto: Divulgação/Polícia Civil)
Ele deverá ser extraditado para o Brasil nos próximos dias e cumprirá pena em cela comum no sistema prisional. De acordo com o delegado Matheus Zanatta, o superintendente de Operações Integradas da Polícia Civil, o traslado do piauiense para o Brasil será feito pela Polícia Federal e a previsão é de que o estuprador chegue ao Piauí nos próximos meses.
Em entrevista ao O DIA, a mãe de uma das vítimas do estuprador afirmou que espera que a prisão sirva de lição para outros agressores de menores.